O paganismo não é "centrado na natureza"



A definição de paganismo é muitas vezes mal interpretada como “espiritualidade centrada na natureza” e corresponde ao termo “religião da Terra”. Na verdade, o conceito de “culto à natureza” é, em grande parte, recentemente manufaturado, sendo o produto do cristianismo período romântico entrincheirado e os movimentos centrados na natureza que se desenvolveram a partir dele; os mesmos movimentos que também impulsionaram o druidismo contemporâneo no século XIX (Nicholas Roe 2010, 26), o que, sufi- cientemente, não é nada parecido com os antigos druidas da Antiguidade. Essa ideia, tão enraizada nas concepções contemporâneas de “culto à natureza”, não existia nas antigas religiões pagãs e é frequentemente perpetuada por tipos tipicamente aparentados de “pagãos”, cuja prática é muito mais identificável como a Nova Era. do que qualquer coisa. Há muitas religiões pagãs - incluindo aquelas onde há divindades com jurisdição sobre as forças da natureza - que não estão preocupadas com a adoração da natureza, sendo muitas vezes vistas como uma força hostil tanto quanto uma benéfica (Hrafnblod 2018, 23:56:58). Vulcano pode ser um deus do fogo e seus aspectos fertilizantes, mas seu culto geralmente gira em torno de proteger o lar dos estragos das chamas (Plutarco, 47). Simplesmente definir o paganismo como “centrado na natureza” é, em última instância, um equívoco. mas seu culto geralmente gira em torno de proteger a casa dos estragos das chamas (Plutarco, 47). Simplesmente definir o paganismo como “centrado na natureza” é, em última instância, um equívoco. mas seu culto geralmente gira em torno de proteger a casa dos estragos das chamas (Plutarco, 47). Simplesmente definir o paganismo como “centrado na natureza” é, em última instância, um equívoco.
Isto não é para afirmar que as tradições pagãs não têm cerimônias ou calendários que se centram em torno da natureza ou ciclos naturais de alguma forma. No entanto, a maioria das religiões faz isso até certo ponto. Uma sociedade agrária vai ter cerimônias centradas em torno da fertilidade da terra; no entanto, isso não significa que eles sejam “baseados na terra”, nem mais do que qualquer outra religião. Enquanto os Kemeticistas celebram a inundação do rio Nilo, por muito tempo o cristianismo copta também celebrou este evento (Febe Armanios 2015, 78). E enquanto muitas religiões pagãs observam feriados baseados nos ciclos da lua (por exemplo, o helenismo determinando quando celebrar o Deipnon de Hekate), as religiões do islamismo, judaísmo e algumas seitas do cristianismo também fazem isso para observar suas férias (James Shneer 2016, 4-5). Ainda,
Muitas vezes, essa aplicação da espiritualidade vagamente “centrada na natureza” ao paganismo levará as pessoas a supor que o panteísmo, a crença de que o divino é idêntico ao universo material (William Mander 2016), se encaixa no movimento. Isso é problemático porque a concepção panteísta do divino é funcionalmente idêntica ao ateísmo, com o divino sendo meramente “a manifestação passiva da realidade [material]” (Hrafnblod 2018, 13:07:34) em vez de uma entidade com uma agência distinta ( Hrafnblod 2018, 13:07:34). Esta falta de agência obviamente significa que ela não faz nada para informar qualquer devoção religiosa, e por causa disso você não pode se envolver em fazer des ut com isso. E enquanto muitas tradições pagãs reconhecem o cosmos como algo que é divino em sua essência, elas também sustentam que outros Deuses e Tipos Maiores existem separadamente ou externamente a ele ou internamente nele, alinhando-se assim mais perto do Panenteísmo do que do Panteísmo (Hrafnblod 2018, 13:07:34) (John Culp 2017).
Os pagãos não buscam a mediação dos deuses para adorar a natureza, porque a natureza não é o objetivo das tradições pagãs. O foco inconfundível do paganismo é a adoração dos deuses pagãos que possuem uma agência distinta. Por isso, é mais sensato categorizar o paganismo usando o livro Teologia pagã de Michael York : paganismo como religião mundial : um termo abrangente para muitas religiões contemporâneas que são inspiradas (por exemplo, Wicca ou Druidismo) ou revivalismos de (como no politeísmo reconstrucionista, por exemplo,Kemetismo, Helênismo etc) as culturas antigas na bacia cultural Europa-Mediterrâneo-Oriente Próximo que foram deslocadas pelas religiões abraâmicas (Michael York 2005).
Definindo o paganismo contemporâneo, este caminho serve a um propósito de distinção, permitindo que o paganismo seja separado do uso imperialista amplamente protestante do termo e dos pagãos distantes do movimento apropriativo da Nova Era, em preferência à expressão religiosa que é mais lógica e consistente.

(Agradecimentos especiais a Hrafnblod por inspirar este artigo)

Bibliografia

Armanios, Febe. Cristianismo copta no Egito otomano . Nova York: Oxford University Press, 2015.
Culp, John. "Panenteísmo." Stanford Encyclopedia of Philosophy. 03 de junho de 2017. Acessado em 06 de março de 2018. https://plato.stanford.edu/entries/panentheism/ .
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Hrafnblod, Post do Reddit “Interessado, mas inseguro”, 27 de fevereiro de 2018 (11:43:22 UTC pm UTC), acessado em 3 de março de 2018, https://www.reddit.com/r/pagan/comments/802rrb/interested_but_unsure / duwg8ke /
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Shneer, James. O calendário judaico e a 3ª edição da Torá . Sl: Lulu.com, 2016.
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York, Michael. Teologia pagã: paganismo como religião mundial . Nova York: New York University Press, 2005.

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